quarta-feira, 1 de julho de 2015

A menina Izildinha: O cadáver que permanece intacto


Hoje voltamos a falar de "Histórias e Lendas brasileiras", essa série que, com a ajuda de vocês meus queridos leitores e leitoras, visa abordar causos curiosos do norte ao sul do Brasil (clique aqui para entender melhor). O texto dessa semana mostra um caso que eu encontrei em minhas andanças pela grande rede, e que se passa na cidade de Monte Alto no estado de São Paulo.

Menina Izildinha, o Anjo do Senhor

A história da famosa “menina Izildinha”, cujo nome era Maria Izilda de Castro Ribeiro, que morreu em 1911, aos 13 anos, vítima de leucemia, é uma das mais conhecidas no interior de São Paulo. A crença de que o corpo da garota permanece intacto, mesmo após 102 anos de sua morte, começou na década de 1950, depois que os restos mortais foram transferidos de Portugal para o Brasil, com a mudança da família para a capital paulista e depois para o interior.

Conta a lenda que, durante a exumação, verificou-se que o corpo continuava em perfeito estado, bem como as flores que enfeitavam a urna funerária. A partir daí, a fama de que a garota tinha o poder de realizar milagres se espalhou entre os brasileiros. Atualmente, o caixão com o corpo da menina está guardado em um mausoléu, construído pelos peregrinos na Avenida Comendador Castro Ribeiro, no Centro da cidade.

Devoção e milagres

A dona de casa Edna Maria Ricardo Aleixo estava entre os devotos que viajaram até Monte Alto para rezar diante da sepultura e contou que um dos filhos teve a vida salva pela suposta santa, após sofrer um acidente de moto.

“Ele não poderia mais ajoelhar e conseguiu subir a escada da igreja de joelhos. Minha netinha também nasceu com problema no quadril e não poderia andar, mas foi salva pelas minhas orações. Amo a menina Izildinha, ela é o nosso anjo da guarda”, relatou Edna emocionada.

A dona de casa Izilda Della Vechia Antônio também afirmou que os filhos gêmeos não morreram ao nascer porque foram protegidos pelo suposto espírito da menina Izildinha. Izilda diz que os bebês nasceram prematuros, aos seis meses de gestação: um deles foi acometido de retinopatia – deslocamento de retina – e o outro de broncodisplasia – doença pulmonar grave.

“Eu acreditava muito em Deus, vim pedir pela vida deles e alcancei várias graças. Eles ficaram muito tempo internados, nesse tempo tiveram várias complicações, mas tudo o que eu recorria à menina Izildinha eu alcançava. Hoje eles têm 12 anos e estão com muita saúde”, afirma.


Santa por adoração

Izildinha não é reconhecida pela Igreja Católica, mas os devotos não parecem preocupados com isso. Mesmo sem provas oficiais de seus milagres, milhares continuam viajando todos os anos até Monte Alto para rezar diante do mausoléu. Todos os anos, no dia 17 de Junho, dia do nascimento de Maria Izilda, ocorre uma peregrinação até o túmulo da garota.

A empregada doméstica Maria José Parada, uma das organizadoras do evento religioso, explica que durante todo o mês de junho também é realizada uma quermesse em homenagem à menina milagreira: os alimentos vendidos e a mão de obra utilizada no preparo são voluntários. O dinheiro arrecadado é destinado a uma instituição social.

“Cada ano é maior o número de participantes, de pessoas que vem dar o testemunho de milagres. Se para a igreja ela não é santa, para os monte-altenses ela é santa, porque a nossa devoção é muito grande.”

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